$type=grid$count=4$tbg=rainbow$meta=0$snip=0$rm=0

Portugueses. Quatro continentes a cantar “Vitória!”

SHARE:

Há um ano, pouco depois do fim da época 2016/17 e a poucas semanas de se iniciar 2017/18, o i publicou aqui um texto sobre as conquistas e g...

Há um ano, pouco depois do fim da época 2016/17 e a poucas semanas de se iniciar 2017/18, o i publicou aqui um texto sobre as conquistas e glórias conseguidas por atletas e treinadores portugueses no futebol por esse mundo fora. Ali, fizemos menção aos versos da música “Conquistador”, que os Da Vinci levaram ao Festival da Eurovisão em 1989 e que aludia aos feitos dos descobridores portugueses pelos oceanos nos tempos de D. Manuel I.

Nessa época, 56 portugueses tinham conseguido a glória nos mais diversos palcos – com destaque maior, obviamente, para Cristiano Ronaldo, Pepe e Fábio Coentrão, que em 2016/17 ganharam a Liga dos Campeões pelo Real Madrid, e José Mourinho, então vencedor da Liga Europa no primeiro ano ao comando do Manchester United.

Este ano, porém, a bitola ainda subiu mais um degrau: foram 57 os jogadores e técnicos lusos a fazer a festa a nível nacional e internacional. Mais uma vez, a epopeia de glória nacional não se ficou por uns “meros” troféus internos: houve campeonatos e taças nacionais na Europa, na África, na Ásia e até na América (que substituiu desta feita a Oceânia) e mais uma vez a glória total a nível europeu e mundial – aqui, como sempre, com Cristiano Ronaldo no centro das conquistas do Real Madrid.

Itália escapou pela última vez Em 2017/18, a exemplo do que aconteceu na época anterior, só Itália escapou ao radar dos “exterminadores” portugueses: a Juventus papou tudo e não tinha qualquer elemento luso nos seus quadros. Exatamente: não tinha. É que esse cenário vai mudar totalmente a partir de agora, com as chegadas de João Cancelo mas sobretudo de Cristiano Ronaldo, obviamente. Aliás, é praticamente garantido que um português irá já comemorar a conquista da Supertaça italiana: frente a frente estarão a Juve e o AC Milan, onde atua André Silva – este ano à espera de mais oportunidades, depois de uma época de estreia atípica.

Em Espanha, a época abriu com Cristiano Ronaldo a meio gás. Ainda assim, e antes de ser expulso e empurrar o árbitro – o que lhe valeu um castigo de cinco jogos –, o CR7 apontou um golo na primeira mão de uma Supertaça que viria a ser o único troféu interno do Real Madrid. Os outros dois (campeonato e Taça do Rei) voaram para o Barcelona de Nélson Semedo e André Gomes – ambos com épocas irregulares, que acabaram por lhes retirar das escolhas de Fernando Santos para o Mundial da Rússia.

Em Inglaterra, o bicho-papão da época vestiu de azul-bebé: o Manchester City de Pep Guardiola não deu hipóteses à concorrência, vencendo a Premier League e a Taça da Liga. Desta feita, José Mourinho acabou completamente de mãos a abanar: segundo no campeonato, foi igualmente finalista vencido na Taça inglesa, caindo perante o Chelsea com um penálti de Hazard. Nos blues, Eduardo voltou a não fazer qualquer minuto, mas foi ao banco em seis encontros na prova, pelo que se pode colocá-la no seu palmarés.

Convém também não esquecer a extraordinária campanha do Wolverhampton Wanderers, orientado por Nuno Espírito Santo e com uma verdadeira legião portuguesa no plantel, que dominou a seu bel-prazer o Championship e garantiu o acesso à Premier League.

Por terras gaulesas, e após um ano mágico para o Monaco de carregada influência portuguesa, voltou a normalidade: o Paris Saint-Germain arrecadou as quatro competições internas (campeonato, Taça, Taça da Liga e Supertaça). E (quase) sem participação portuguesa: é que Gonçalo Guedes alinhou quatro minutos na Supertaça e outros quatro na primeira jornada da Ligue 1 antes de sair por empréstimo para o Valencia nos últimos dias de agosto.

Quase tirado a papel químico foi o percurso de Renato Sanches no Bayern Munique em 2017/18: após uma época onde sofreu com o peso da responsabilidade, o menino da Musgueira foi lançado aos 84 minutos na Supertaça, frente ao Borussia Dortmund, que acabaria por ir a prolongamento e penáltis. Os bávaros venceram a prova... e foram esses os últimos minutos do jovem médio luso na época com a camisola do Bayern: seguiu, também no fim de agosto, por empréstimo para o Swansea, mas na Premier League viria a desiludir ainda mais, cumprindo apenas 15 jogos – com muitas críticas à mistura –, o último dos quais em janeiro, antes de sofrer uma lesão que o afastou dos relvados vários meses. Nesta pré-temporada, de regresso ao Bayern, tem feito exibições de bom nível, granjeando elogios do novo técnico dos bávaros, Niko Kovac.

Europa rendida Saindo do espetro das grandes ligas, a odisseia gloriosa de representantes portugueses continuou em força. Desde logo, com o Shakhtar Donetsk de Paulo Fonseca: depois de ter conseguido a dobradinha na época de estreia ao comando do gigante ucraniano, o antigo técnico de Paços de Ferreira, FC Porto ou Braga, entre outros, elevou a fasquia e venceu campeonato, taça e Supertaça. Protagonizou, ainda, um percurso muito interessante na Liga dos Campeões, eliminando Nápoles – e batendo o Manchester City – na fase de grupos e caindo apenas nos oitavos-de-final aos pés da Roma, que acabaria por ser semi-finalista.

Ali ao lado, na Rússia, o Lokomotiv também fez um upgrade: depois da Taça conquistada em 2016/17, desta feita conseguiu mesmo o tão desejado título de campeão, com Manuel Fernandes a cotar-se como o melhor jogador do campeonato e um dos melhores jogadores (e marcadores) da Liga Europa – competição, já agora, vencida pelo Atlético de Madrid (com Tiago a iniciar da melhor forma a carreira de adjunto) frente ao Marselha, que aí chegou mercê de um golo decisivo de Rolando. Voltando à Rússia, porém, é preciso lembrar que o golo que garantiu o título ao Lokomotiv foi apontado... por Eder. O talismã, pois claro.

Na Roménia, o Cluj de Camora – e com o luso-francês Thierry Moutinho no elenco até janeiro – celebrou o primeiro campeonato em seis anos, com o Universitatea Craiova, de Tiago Ferreira e André Santos, a conseguir a primeira Taça desde 92/93. Estreia absoluta foi a do Akhisar, que pela primeira vez conquistou a Taça da Turquia e com total contributo luso: Miguel Lopes e Hélder Barbosa marcaram na vitória na final sobre o Fenerbahçe (3-2).

Na liga grega, carregada de polémica – o habitual, portanto –, com resultados decididos na secretaria, presidentes investigados por corrupção e até a entrar armados em campo para protestar decisões da arbitragem (falamos do PAOK, de Vieirinha, que até conquistou a Taça), o AEK de Atenas, capitaneado por André Simões, com Hélder Lopes em pleno e Hugo Almeida a fazer apenas a primeira jornada – onde até marcou – antes de partir para a Croácia (Hajduk Split), foi campeão pela primeira vez em 24 anos. Ao contrário do APOEL, no vizinho Chipre, que somou o sexto campeonato consecutivo, com Nuno Morais como capitão e alavancado pelo português Bruno Baltazar, que pegou na equipa em março e a levou ao topo. Ali, na paradisíaca ilha mediterrânica, tudo foi dividido irmamente: Nélson, do AEK Larnaca, ficou com a taça, enquanto Bruno Vale e João Pedro abriram a época a sorrir com a conquista da Supertaça.

Na Bélgica, Ricardo Sá Pinto levou o Standard Liège à conquista da taça, num percurso que contou com o forte contributo de Orlando Sá antes de seguir para a China. Em Israel, apesar das muitas lesões que o arredaram vários meses da competição, Miguel Vítor sagrou-se bicampeão; na Polónia, Hildeberto Pereira e Cafú conquistaram campeonato e taça pelo Legia, tal como Ricardo Alves no Olimpija, da Eslovénia (neste caso, até foi bicampeão); na Noruega, um jogo chegou para o guarda-redes internacional português Daniel Fernandes celebrar a vitória na taça pelo Lillestrom, competição ganha também por Danny no único ano que passou na República Checa (Slavia de Praga). Na Lituânia, o contingente luso do Stumbras, liderado por Mariano Barreto, assegurou uma impensável vitória na Taça, com Ricardo Pinto e Tino Barbosa a vencer o campeonato luxemburguês pelo Dudelange, António Marinho (FC Santa Coloma) a fazer o pleno em Andorra e Bernardo Lopes a conquistar novo campeonato em Gibraltar.

Há ainda a registar o feito de Cláudio Braga, que levou o Fortuna Sittard de regresso à primeira divisão da Holanda com quatro portugueses no plantel: Miguel Santos, Mica Pinto, André Vidigal e Lisandro Semedo.

De África ao país de Trump Como sempre, a viagem não se encerra na Europa. Em Angola, o campeão do Girabola voltou a ter um português nas suas fileiras: Diogo Rosado. E a Taça seguiu para o Petro de Luanda, onde alinha o luso-angolano Élio Martins. Mas também em Moçambique se cantou vitória sem dialeto: Nelson Santos levou o Costa do Sol à conquista da taça.

Na Ásia, Paulo Sérgio conquistou o segundo título continental: depois de se sagrar campeão da Malásia pelo Brunei DPMM, repetiu o feito na Indonésia ao serviço do Bhayangkara. Mas também Diogo Amado (Taça da Liga no Al-Gharafa, do Catar), Bruno Moreira (campeão na Tailândia pelo Buriram, antes de regressar ao Paços de Ferreira a meio do ano) e Ulisses Morais (dobradinha na Malásia ao comando do Johor) fizeram a festa – sem esquecer Toni, que viajou rumo ao exótico Kuwait para ganhar a Taça pelo Kazma. Além, claro, da Superliga indiana, onde Sereno se sagrou bicampeão, embora num clube diferente – depois do Atlético de Calcutá, agora o Chennayin –, e da legião portuguesa que celebrou o pentacampeonato pelo Benfica de Macau – desta feita não houve lugar a semelhanças com a realidade portuguesa...

E, se há um ano falávamos das conquistas de João Moreira na Oceânia (Auckland City) como o ponto mais exótico deste périplo, em 2017 esse lugar foi ocupado por Gerso, que colocou a língua de Camões nas celebrações de uma conquista nos Estados Unidos da América: o luso-guineense, ex-Belenenses e Estoril, venceu a Taça ao serviço do Sporting Kansas City e foi considerado uma das revelações do campeonato, tendo apontado dez golos em 38 jogos.

Acabamos como começámos: “Foram mil epopeias/ Vidas tão cheias...”


by Bruno Venâncio via Jornal i

COMMENTS

Nome

noticias,10754,
ltr
item
Últimas Notícias: Portugueses. Quatro continentes a cantar “Vitória!”
Portugueses. Quatro continentes a cantar “Vitória!”
https://cdn1.newsplex.pt/media//2018/8/1/649899.jpg?type=XL
Últimas Notícias
https://ultimas4noticias.blogspot.com/2018/08/portugueses-quatro-continentes-cantar.html
https://ultimas4noticias.blogspot.com/
http://ultimas4noticias.blogspot.com/
http://ultimas4noticias.blogspot.com/2018/08/portugueses-quatro-continentes-cantar.html
true
5806162140958928676
UTF-8
Loaded All Posts Not found any posts VIEW ALL Readmore Reply Cancel reply Delete By Home PAGES POSTS View All RECOMMENDED FOR YOU LABEL ARCHIVE SEARCH ALL POSTS Not found any post match with your request Back Home Sunday Monday Tuesday Wednesday Thursday Friday Saturday Sun Mon Tue Wed Thu Fri Sat January February March April May June July August September October November December Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec just now 1 minute ago $$1$$ minutes ago 1 hour ago $$1$$ hours ago Yesterday $$1$$ days ago $$1$$ weeks ago more than 5 weeks ago Followers Follow THIS PREMIUM CONTENT IS LOCKED STEP 1: Share. STEP 2: Click the link you shared to unlock Copy All Code Select All Code All codes were copied to your clipboard Can not copy the codes / texts, please press [CTRL]+[C] (or CMD+C with Mac) to copy